"Pior do que uma mulher que fala o que pensa, é uma que escreve..." (Tati Bernardi)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Todo tempo do mundo.




Maria corria mais que noticia ruim, trabalhava em um jornal da Cidade e cuidava de cinco filhos que não eram dela e sim do seu atual marido, andava sem sonhos, sem sorriso, mas andava. Acordava às cinco da manhã, arrumava a cama, acordava as crianças para ir para a escola e ia trabalhar, fazia o mesmo caminho sempre – Rua Josefina, depois Rua Armando e depois Av. Santiago; tudo era tão preto no branco que nem olhava para o lado. Sua rotina era resumida em duas linhas, mas executar todas as tarefas levava uma eternidade.
Um dia como outro qualquer Maria levantou as cinco como de costume, arrumou a cama e acordou as crianças para ir para a escola, saindo de casa e prestes a pegar a Rua Josefina foi surpreendida por um bando de bêbados, sendo assim resolveu ir pela Rua Melindrosa, poucas vezes havia passado por ali, andou com certa calma e observando tudo; achou engraçado ao encontrar uma loja de relógios chamada “Todo tempo do mundo”, quisera se a loja fosse realmente mágica e te desse algumas horinhas a mais.
Chegando perto das 13hs resolveu tirar uma hora a mais de almoço, sua curiosidade foi tanta pela tal loja que queria voltar e conferir se eles realmente vendiam todo o tempo do mundo, ou se era mais uma propaganda enganosa. Chegando lá uma velha lhe atendeu, o nome dela era Melissa, uma pessoa calma; pelo menos parecia não se importar com a sinfonia de tic tac, Maria queria conversar e não comprar relógio, apesar da variedade de tamanhos, preços e cores.
- Vocês realmente têm todo o tempo do mundo? – perguntou com ansiedade.
Melissa ficou em silencio e apontou para um de seus relógios o mais antigo da loja, Maria ficou olhando com cara de quem não entendeu nada, mas que ia fingir que tinha entendido então a velhinha calma, sorriu.
- Menina, tão jovem e já querendo todo tempo do mundo esse nome foi invenção do meu neto ele vivia correndo, ansioso que só ele, até que um dia sofreu um acidente de carro e ficou paralitico hoje ele não corre mais e agradece por estar vivo.
Maria com lágrimas nos olhos abraçou a velhinha sabia o que ela queria dizer, e sabia também que por muitos anos havia corrido pra lugar nenhum. Ao sair da loja Melissa a chamou e lhe ofereceu um relógio disse que esse era especial e que saberia controlar seu tempo, a dica era simples: quem dá corda demais no relógio se perde no tempo.

Maria sorriu e seguiu de volta para o trabalho - ainda tinha meia hora. 

Um comentário:

  1. ammmmmeiii teu blog, mto bom parabens!
    to seguindo , me segue?

    voltarei mais vezes por aqui...;)


    http://quemerouboudemim.blogspot.com

    bjos

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