"... fique longe dos meus escritos. Não me entenda mal. Não é que você não possa me conhecer ou saber as idéias que passam pela minha cabeça e coloco por aqui quase sem querer. Pelo contrário, se você pretende passar o resto dos seus dias ao meu lado nada mais justo do que saber de mim de trás para frente, conhecer os meus trejeitos, as minhas manias. O que me incomoda é você receber tudo assim, de mão beijada. Sem mistérios ou ilusões. Tenho medo que com os textos você tire conclusões precipitadas sobre mim. Não quero rótulos ou expectativas. Quero é que as horas que passamos juntos atestem a minha personalidade. Quero que você dê o seu próprio veredicto. Também é ruim pensar que você pode ficar chateado ou intrigado com algum texto. Ou ainda: é desconfortável crer que você pode tentar me ler nas entrelinhas, procurar supostas mensagens subliminares e entender tudo errado. Alem disso, não suporto interrogatórios inúteis. Perguntas sobre o que escrevo ou deixo de escrever podem me reprimir. Eu não quero censuras. Compreendo e respeito a sua curiosidade. Eu admito que leria cada letrinha que você escrevesse. E faria de tudo para que você não percebesse, claro. Então vamos combinar assim: você finge que não sabe do meu Diário e fica por isso mesmo."
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